No Brasil, as mulheres só conseguiram o direito ao voto após muitas lutas, em 24 de fevereiro de 1932, por meio de um decreto do então presidente Getúlio Vargas.
O livro “O Voto feminino no Brasil” da historiadora e professora da UnB, Teresa Cristina de Novaes Marques, é indicado para todas as pessoas que desejam compreender as trajetórias das mulheres brasileiras na luta pela obtenção, manutenção e ampliação deste direito.
E por que vale a pena realizar esta leitura?
1º) Além de muito bem escrito, o livro possui uma leitura fluida e assertiva, podendo ser lido facilmente tanto por adolescentes do ensino fundamental e médio, como por estudiosos do tema.;
2º) Mostra a trajetória das professoras brasileiras na busca pela obtenção do direito ao voto feminino, e o quão relevante foi o papel da educação neste sentido;
3º) Apresenta a trajetória de mulheres, até então, pouco visibilizadas como Bertha Lutz, Celina Guimarães, Josefina Álvares de Azevedo, Júlia Barbosa, Leolinda Daltro e Nísia Floresta;
4º) Nos leva a uma melhor compreensão do contexto histórico e social ao qual estas mulheres estavam inseridas, do tipo de militância de cada uma, mostrando ainda a força do movimento feminista e pelos direitos das mulheres, e suas contradições;
5º) O livro está disponível de forma gratuita em várias plataformas e na Livraria da Câmara dos Deputados: https://books.google.com.br/books?id=NaJeDwAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0
De acordo com a autora, “os estudiosos são unânimes em afirmar que o voto não é sinônimo de democracia, embora seja um pré-requisito para a existência de um sistema político realmente democrático. Como visto, a ampliação do universo dos votantes foi uma bandeira levantada no século XIX, contrariando numerosas correntes que então defendiam a participação política restrita e elitista” (p.127)
Também ela explica várias nuances desta trajetória de conquista do voto, já que “a história da franquia do voto às mulheres registra igualmente restrições de fundamento religioso e racial. Comumente, a concessão do voto alcançou apenas mulheres solteiras antes de mulheres casadas serem admitidas ao conjunto dos eleitores” (p.128)
Por: Maria Gabriela Bastos
Referências:
MARQUES, Teresa Cristina de Novaes. O voto feminino no Brasil. Brasilia: Câmara dos Deputados. Edições da Câmara, 2019.
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