De acordo com o Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), o Brasil ocupa o 3º lugar no ranking de países com maior número de pessoas presas no mundo, com cerca de 800 mil pessoas encarceradas. Ficando atrás apenas dos Estados Unidos e China, apesar de ser o 6º pais mais populoso do mundo.
Um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU), apontou que um preso no país custa, em média, R$ 23 mil por ano. Para efeito de comparação, o Ministério da Educação definiu para o Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) o custo anual mínimo por aluno de R$ 2.875,03.
É evidente perceber, quando se fala sobre encarceramento em massa, que apenas uma parcela da sociedade forma a maioria desta população carcerária: os jovens negros e periféricos. O Estado tem o poder coercitivo exclusivo que se perpetua desde sua fundação, e praticar o aprisionamento de pessoas, com base em estruturas marcadas pelo segregacionismo, racismo e elitismo histórico e institucional.
Esses jovens, desde que nascem, enfrentam condições de vulnerabilidade social, educacional, política, econômica, etc, que os fazem viver às margens da sociedade. A omissão do Estado coloca desde cedo esses jovens como responsáveis por sua própria condição. Nascem e vivem junto a processos de violências, que vão desde violência institucional até milícias e o tráfico de drogas.
O crime organizado recruta muitos desses jovens desde cedo, dando a eles uma opção criminosa para ajudar no sustento de suas famílias. Logo estarão atrás das grades ou mortos.
Precisamos de políticas afirmativas para a inclusão desses jovens na sociedade, com direito a educação básica de qualidade, empregos formais, todos os direitos trabalhistas, esperança no futuro, saúde e assistência social junto a estas comunidades vulneráveis onde vivem.
São necessárias políticas públicas mais humanas junto a população excluída e marginalizada. Investimento em educação, cultura, esporte, saúde e qualidade de vida, para evitar e combater eficazmente a violência, criminalidade e o aumento exponencial do encarceramento.
De acordo com dados do Infopen:
• 40% dos presos estão sob prisão provisória, ou não foram condenados em segunda instância;
• 64% dos presos brasileiros são negros;
• a população carcerária feminina é de 42.355; existem somente 32 ginecologistas contratados para atender toda a demanda de atendimentos do sistema prisional do pais;
• somente 12% dos presos têm acesso à educação;
• apenas 15% da população carcerária brasileira tem acesso à atividade laboral;
• 28% dos presos cometeram crimes ligados ao tráfico de drogas; entre as mulheres a incidência desse tipo penal chega a 62%;
• 65% dos condenados estão presos por crimes não-violentos, como tráfico, furto e roubo;
• São Paulo é o Estado com maior população carcerária, 240 mil presos.
Por Gabriel Costa
Fonte:
INFOPEN, 2019
SOUZA, Maciana de Freitas. O encarceramento em massa garante o controle social. UERN, 2019.
TCU, 2019.
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