DESAFIOS DAS LUTAS IDENTITÁRIAS
Não há duvidas que nos últimos anos as lutas identitárias – a luta pela identidade, a luta das minorias, pelo direito de ser, independente dos padrões estereotipados pela sociedade – ganharam e vêm ganhando força junto aos políticos e à população em geral.
O que de fato exige uma atenção maior, pois a visão neoliberal enxerga nessas lutas identitárias uma forma de cooptação da grande massa populacional, uma aceitação do povo, sendo isso uma estratégia política para o “recrutamento” de novas pessoas para alinhamento político.
Levando em consideração que esse protagonismo das minorias e suas lutas pelos direitos não é apenas capitalizado por políticos e/ou partidos políticos aproveitadores, os quais acabam apoiando, dando suporte e reforçando essas lutas identitárias, já que o suporte e o apoio é a base para tais lutas.
Para que tais lutas obtenham sucesso, os movimentos minoritários precisam de mais pessoas que se identifiquem como tais, para ganhar mais voz, ganhar mais força; pois como é minoria, tende a ser invisibilizada e oprimida pela maioria.
Não se avança nas conquistas apenas se isolando com seus pares e conversando com os iguais, sobre os assuntos que eles já entendem e convivem. É preciso levar essa discussão, esses diálogos além dos seus pares. É preciso empoderar pessoas com informações que ainda não tiveram acesso.
Mark Lilla, cientista político e historiador norte-americano, professor da Univesidade de Columbia, afirma que o problema reside na ausência de uma pauta que seja articulável pela sociedade em geral, sendo esse um problema de todos os movimentos minoritários. Assim, apenas os poucos que se identificam, defendem e perpetuam o movimento identitário, não levando em consideração os outros próprios movimentos de minorias, existindo uma segregação dos grupos, diminuindo ainda mais sua força e voz.
A sugestão é uma articulação mais incisiva, mais estruturada, para que todos os grupos minoritários possam se ajudar, como uma relação mútua de grupo para grupo, aumentando o raio de atuação e alcance das pessoas, levando suas vozes à mais pessoas e por conseguinte à mais lugares, diminuindo os atritos entre os grupos e focando no que importa, que é o empoderamento das minorias e a força para lutar contra o preconceito que estigmatiza estes grupos.
Por Gabriel da Silva Costa
Fonte: Liberalismo Identitário e as Ciladas da Diferença, texto de Marcos Sorrilha Pinheiro; disponível na internet
0 Comments
Postar um comentário