DIFERENÇAS E IDENTIDADES, COMO SE RELACIONAM?

É válida a discussão dos pesquisadores norte-americanos, Katrin Woordward e Tomaz Tadeu, acerca dos estudos relacionados às diferenças e identidades colocando em foco o Multiculturalismo. Sendo este conceito um dos termos mais utilizados nos estudos da academia, podendo ajudar a aprofundar a problemática ao invés de reproduzir o discurso simplório que não nega as diferenças culturais, porém, não promove o debate a respeito dasbagagens culturais que são carregadas pelos indivíduos desde o momento do seu nascimento.

A partir disso, cabe aos presentes e futuros pesquisadores se atentarem sobre o que e quem carrega os significados de Identidade e de Diferença para determinada sociedade. Ambas as definições linguísticas estão conectadas uma a outra e, de acordo com estes autores, são entendidas como criações da sociedade, sendo, portanto, definições intencionais.

Mas para qual propósito?

As palavras “Diferenças” e “Identidades” não podem existir isoladas, separadas da sociedade, da cultura e da política onde estão inseridas. Apenas quando são postas em meio às relações sociais, nos é permitido entender alguns dos movimentos de sua significação. A identidade, por exemplo, se torna o atributo de relevância de um indivíduo relacionado a outro, o sentimento de pertencimento de sua importância naquele lugar. Já a diferença quando dita, é o movimento de repulsar o outro, com intenção de afastar o indesejado por não ser um dos iguais.

Com isso, é possível visualizar uma dinâmica de imposição dos significados de acordo com a posição dos indivíduos, a cultura, classe social e outras características presentes na sociedade.

Quem está no topo da pirâmide tem o privilégio de afirmar sua identidade e a força e domínio para apontar e excluir os diferentes.

Um dos mecanismos de dominação e manutenção das diferenças é a falsa miscigenação. Controlada pelos dominadores, esta falsa miscigenação pode ser utilizada como forma de enfraquecimento e alienação da identidade, cultura e poder de um grupo social que poderia se reconhecer enquanto um grupo de relevância na sociedade, e vir a ser um outsider.

Por Andressa Gonçalves

Fonte:
WOODWARD, Kathryn. Identidadee Diferença: uma introdução. In: SILVA, Tomaz Tadeu (Org). Identidade ediferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2014.