No processo de formação do Brasil, o uso das terras comunitárias foi um aspecto relevante do desenvolvimento histórico dos sistemas de cooperação, o qual foi influenciado pelas condições precárias do processo de colonização, pelas raízes culturais formada pelos indígenas, negros e colonizadores europeus.

A constituição das comunidades quilombolas é resultante  da resistência dos trabalhadores negros à escravidão, desse processo, possibilitou a formação de  organizações  comunitárias coletivas pautadas no trabalho coletivo e na solidariedade. Nelas, apresentou como forma embrionária de cooperação os mutirões, as trocas de dias de serviço, as roças comunitárias, entre outras. Essa forma de organização contribuiu/contribui também para a manutenção da cultura de seus antepassados, das organizações religiosas e também para o fortalecimento na busca de garantia de direitos.

Na ARQUIPA (Associação de Remanescentes de Quilombo de Porto Alegre), poucas políticas públicas acessadas pelos quilombolas da comunidade  são especificamente direcionadas aos jovens e o motivo principal dessa falta de acesso é não ter dentre suas prioridades a instrumentalização dos jovens para que estes acessem as políticas publicas especificas que atendam à diversidade social e heterogeneidade desta categoria.

Mesmo sabendo a importância da associação, os jovens e as jovens encontram-se distante dessa organização por diferentes razões, e uma das que se destaca, é a incongruência entre as ideias dos associados e os jovens não associados. No entanto, os atores sociais, tendo em vista a melhoria que essa adesão pode trazer para a comunidade, buscam sanar essas dificuldades, pois a juventude rural apresenta um grande potencial de inovação e criatividade que transforma também positivamente as organizações.

Por: Patrícia de Brito P. de Santana

MEDEIROS, Monique; DE SIQUEIRA, Patrícia Benedita Leão; TECCHIO, Andréia. Juventude quilombola e associativismo na Amazônia. Revista Brasileira de Desenvolvimento Regional, Blumenau, v. 10, n. 1, p. 143-166, abr. 2023. ISSN 2317-5443. Disponível em: <https://bu.furb.br/ojs/index.php/rbdr/article/view/9230>. Acesso em: 11 ago. 2023. doi: http://dx.doi.org/10.7867/2317-5443.2022v10n1p143-166.